Iohann Moritz é um camponês romeno que, em meio à guerra, vê-se reduzido à sua dimensão social - homens deixaram de ser indivíduos e se tornaram simples membros de categorias. Denunciado como judeu, embora não o fosse, por um gendarme que lhe cobiça a esposa, Moritz cai nas mãos dos nazistas e inicia um périplo pelos mais diversos campos de concentração da Europa. Ao fugir com outros detentos para a Hungria, país 'onde a vida é menos dura para os judeus', acaba detido como espião romeno e é torturado. Deportado para a Alemanha, na condição de 'trabalhador húngaro voluntário', é examinado por um médico nazista que o considera um espécime excepcional da linhagem ariana. Dessa malha inextricável e sombria, sobressaem personagens tocantes, como Suzanna, a primeira esposa de Iohann, Eleonora West, editora e dona do jornal mais importante da Romênia, Alexandru Koruga, padre ortodoxo e pai do escritor Traian Koruga, intelectual e romancista amigo de Iohann Moritz, que também narra a história, numa espécie de livro dentro do livro. Ambientado num cenário irrespirável, 'A 25ª hora' revela-se uma condenação não só do nazismo, como de todo tipo de totalitarismo. Um romance emocionante, com reflexões atuais e necessárias.