Responsável por uma das maiores revoluções culturais do século XX, “On the Road”, traduzido por Eduardo Bueno, mantém intacta sua aura de transgressão, lirismo e loucura. Como o gemido lancinante e dolorido de “Uivo”, de Allen Ginsberg, o brado irreverente e drogado de “Almoço Nu”, de William Burroughs, ou a lírica emocionada e emocionante de Lawrence Ferlinghetti, “On the Road” escancarou ao mundo o lado sombrio do sonho americano. A partir da trip de dois jovens – Sal Paradise e Dean Moriarty –, de Paterson, New Jersey, até a costa oeste dos Estados Unidos, atravessando literalmente o país inteiro, Jack Kerouac inaugurou uma nova forma de narrar. Em abril de 1951, entorpecido por benzedrina e café, inspirado pelo jazz, Kerouac escreveu a primeira versão do que viria a ser “On the Road”. Uma prosa espontânea, como ele mesmo chamava: uma técnica parecida com a do fluxo de consciência.